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Benefícios do parto normal estimulam mães a fazer esta escolha

A adequação de hospitais da Baixada Fluminense para a oferta do parto natural é uma importante conquista à saúde de milhares de gestantes que utilizam o SUS. OMS indica o parto normal como a primeira opção de procedimento, restringindo as cesáreas aos casos em que não há condições por parte da mãe ou do bebê

Medo de sentir dor, dúvidas e mitos sobre o parto normal são alguns dos obstáculos que levam muitas mães a prefiram a cesárea na hora de dar à luz seus filhos. No ranking da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil aparece na segunda colocação entre os países com mais cesarianas em relação ao total de nascimentos. De 2000 a 2010, dos novos brasileiros que vieram ao mundo, 43,8% foram por partos por cesariana. Este número diverge do que preconiza a OMS, que indica o parto normal como a primeira opção de procedimento, restringindo as cesáreas aos casos em que não há condições por parte da mãe ou do bebê para que seja realizado o procedimento natural.

A justificativa para priorizar o parto normal é simples: os índices de complicações, como infecção e hemorragia, são menores; dor quase inexistente no pós-operatório; o risco de morte de mães e bebês é seis vezes menor; tempo menor de recuperação da mãe, permitindo que ela rapidamente tenha contato com o filho e comece a amamentar; e o tempo para a mãe retornar às atividades no parto normal é quase imediato e da cesárea é de, em média, 30 dias.

A vendedora Harmonia Carneiro, de 29 anos, moradora de São João de Meriti acaba de dar à luz Breno do Sacramento e relata a experiência de ter feito parto normal.

– Quando descobri que estava grávida já tinha em mente que gostaria de ter parto normal. Assisti palestra sobre o tema, fiz exercícios de respiração, fisioterapia e recebi orientação de uma nutricionista. O que eu mais desejava era ter uma recuperação rápida para estar em condições de cuidar do meu filho – afirma Harmonia.

O Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita – unidade da Secretaria de Estado de Saúde inaugurada há pouco mais de um ano – é hoje a principal maternidade para gestantes de baixo risco na Baixada Fluminense, com média de 500 partos por mês e 23% de taxa de partos cesáreos. A unidade foi planejada para oferecer o acompanhamento completo da mãe – do pré-natal ao parto e puerpério. Durante a gestação, as mulheres passam por consultas com os obstetras, realizam exames de imagem e laboratório, recebem orientação multidisciplinar de cuidados com o bebê e incentivo à amamentação. Alguns diferenciais do hospital criam condições para que se mantenha uma alta taxa de partos normais, como a técnica pioneira do uso de óxido nitroso para analgesia de parto. Muito usada na Inglaterra, a técnica anestésica traz grande conforto às mulheres durante o trabalho de parto.

Outro serviço de destaque é a fisioterapia durante o pré-natal, indicada para diminuir a dor e os problemas de circulação relacionados à gestação. As pacientes passam por uma avaliação de multiprofissionais e, quando há indicação, fazem exercícios de fisioterapia, pilates, respiração, massagens e são orientadas sobre os cuidados com as atividades diárias.

No momento em que está preste a dar à luz, a paciente já se encontra em um leito especial, desde o início do trabalho de parto, que se transforma em mesa cirúrgica para o parto normal, onde o acompanhante pode ver de perto a chegada do bebê. Antes, na fase de contrações, a mãe tem acesso a métodos que vão ajudá-la na hora do parto, como bola de fisioterapia, massagem e exercícios de respiração.

– O hospital foi planejado para ofertar os melhores recursos para que as gestantes realizem o parto natural, mas é importante destacar que o tipo de parto aconselhado pela equipe médica é sempre baseado na avaliação da condição de saúde da mulher e do bebê. A ideia pré-concebida de que o parto cesáreo é melhor ainda é uma realidade que tentamos mudar investindo na informação passada às mães e aos familiares – explica do diretor do Hospital e Clínica de Mesquita, Sergio Teixeira.

O Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, apesar de ser uma unidade voltada ao atendimento de mães e bebês de médio e alto riscos, também dispõe de todos os recursos para oferecer oparto normal às gestantes. O trabalho inicia com o acompanhamento da paciente no pré-natal por uma equipe multidiciplinar, realização de exames e a oferta de serviços avançados para atender a necessidade de cada gestante.

A cabeleireira Michele Fortes, de 25 anos, espera com alegria e ansiedade pelo nascimento do primeiro filho, Carlos Davi. Convicta do desejo de fazer parto normal, a futura mamãe afirma não sentir medo.

– A nome diz tudo: “Parto normal”. Eu acredito que o corpo da mulher está preparado para isso e gostaria que meu filho nascesse de parto normal. Além disso, posso ter uma recuperação mais rápida e quero guardar para sempre na memória a emoção deste momento – relata Michele.

Gestão – Desde abril de 2012, a Secretaria de Estado de Saúde vem reorientando o modelo de gestão e atenção à saúde no Estado do Rio de Janeiro no intuito de melhorar a prestação dos serviços e a satisfação do usuário. A implementação dessa nova forma de administração tem como objetivos reduzir custo, melhorar a gestão e garantir um atendimento de qualidade à população. Os Hospitais Estaduais da Mãe e da Mulher passaram a ser gerenciados pela Organização Social de Saúde Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (OSS HMTJ), fornecendo todos os recursos humanos e materiais necessários ao adequado funcionamento do hospital, dentro dos parâmetros e diretrizes estabelecidos pela Secretaria.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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