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Com sucesso do reimplante, pedreiro garante: "Voltar a trabalhar com atenção redobrada"

Morador da Ilha do Governador é o 100o. caso do Programa SOS Reimplante, do Governo do Estado


Ainda era o início de um dia de trabalho quando o pedreiro Heleno Jesus do Nascimento, 36 anos, teve o dedo decepado pela lâmina de uma serra circular. Poucas horas depois, ele se tornava o 100º paciente do programa SOS Reimplante, no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN), em Duque de Caxias. 

Com o sucesso da cirurgia, a previsão é que ele tenha alta ainda esta semana que, seguindo o acompanhamento médico na unidade, esteja apto a voltar ao trabalho no prazo de três a seis meses.
– Foi tudo muito rápido. Não tinha noção do que iria acontecer. Mas deu tudo certo e, se Deus quiser, vou logo voltar ao trabalho e com a atenção redobrada – conta Heleno, que foi socorrido pelo irmão e um outro colega de trabalho.


Segundo o coordenador do Programa, João Recalde, apenas um terço dos casos que chegam à unidade não têm condições técnicas de serem reimplantados. Dos que seguem para a cirurgia, 80% são reimplantados com sucesso.


Este tipo de acidente é considerado uma principais causas de amputação no Brasil, ocorrendo tanto no ambiente de trabalho ou em casa. Ele foi levado a um hospital municipal, que entrou em contato com a equipe do SOS Reimplante. Pouco tempo depois o paciente já estava no Hospital de Saracuruna, sendo submetido a 4h de complexa microcirurgia para ter de volta o seu dedo. A operação foi dirigida pelo microcirurgião Rudolf Kobig, da equipe do SOS Reimplante.

– Trata-se de uma microcirurgia delicada, porém muito comum. Uma equipe de especialistas reimplanta o dedo por meio das reparações de nervos, tendões, artérias e veias. O importante é restabelecer a função do paciente para que ele consiga ser reinserido na sua rotina e voltar a ter uma vida normal – pondera João Recalde.

João Recalde, coordenador do Programa – Em dezembro de 2008, Recalde recebeu uma ligação do secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, com um pedido urgente: deslocar-se com uma equipe para o HEAPN para tentar reimplantar o braço da menina Ana Catarina, na época com 10 anos, que teve o membro direito amputado enquanto tentava tirar roupas de uma máquina de lavar industrial no abrigo onde morava, em Areal. A criança foi transferida de helicóptero para a unidade e, menos de quatro horas depois, estava na mesa de cirurgia. O sucesso do procedimento foi o pontapé inicial para a criação do programa SOS Reimplante, único que oferece esse tipo de atendimento no estado.

Formado há 33 anos, Recalde se especializou em cirurgia plástica no Hospital dos Servidores e, em 1983, foi para a França estudar cirurgia de mão e microcirurgia técnica. Durante15 anos, o médico teve sua própria clínica de cirurgia reconstrutiva de mão, nos mesmos moldes da França.

– No Adão Pereira Nunes estamos dentro de uma estrutura voltada para emergência, atendendo pacientes muito graves. Os casos que surgem na rede privada volta e meia esbarram na burocracia da autorização do convênio e isso, algumas vezes, vai de encontro à urgência da operação. Não dá para, no meio de uma tragédia como essa, discutir questões financeiras com o paciente ou a família. No serviço público, vencemos toda essa burocracia -, explica Recalde.

Equipe SOS Reimplante – Formadas por cinco profissionais, as duas equipes da unidade são responsáveis pelo surpreendente índice de sucesso nas cirurgias: 80%. Para garantir este resultado, além do reimplante em si, muitas vezes é preciso realizar

Como socorrer a vítima – Ao socorrer a vítima de amputação traumática de extremidades, um dos pontos mais importantes é acondicionar de forma correta o material amputado, que deve ser mantido a 4ºC. A maneira mais simples para isso é colocar a parte amputada em um saco plástico resistente, lacrar com fita adesiva e colocá-lo em um ambiente com água e gelo picado, distribuídos meio a meio, como numa caixa de isopor. Quanto mais rápido o paciente chegar ao hospital, melhor. Para ser realizada com sucesso, a cirurgia de reimplante deve ser feita em até seis horas após o acidente.

Como é o tratamento – Uma vez feita a cirurgia, após a alta, o paciente é acompanhado no ambulatório para troca de curativos, retirada de pontos e, quando necessário, do material de fixação dos ossos. A segunda fase da recuperação é o atendimento por um grupo de terapeutas ocupacionais para iniciar a reabilitação funcional.

O objetivo é recuperar os movimentos e a sensibilidade da parte amputada para que o paciente possa ser completamente reintegrado à sua rotina. Em geral, o acompanhamento leva de quatro a seis meses, que é o tempo necessário para a recuperação total.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro

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