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Conheça a história de Cosme, pai e mãe de uma criança com microcefalia

 No Dia dos Pais, um super ‘pãe, que não mede esforços para que a filha se sinta amada

Quem olha o aposentado Cosme Dias Moreira, de 60 anos, com um sorriso no rosto e uma simpatia contagiante, nem imagina a luta diária que ele enfrenta para ser pai e mãe da Ana Beatriz, de 11 anos. A menina nasceu com microcefalia associada a outras doenças, que a impedem de andar e falar. A mãe morreu em consequência de um infarto quando ela tinha três anos e, desde então, Cosme não mede esforços para oferecer mais qualidade de vida à menina. Ao contrário do que parece, essa não é uma história triste, mas de cumplicidade, dedicação e amor sem limites entre pai e filha.

– Desde que a Ana era bebê eu trocava fralda, dava comida, acordava cedinho para deixar tudo pronto pra ela. Como eu precisava trabalhar, tinha que pagar uma pessoa para cuidar dela. Mas eu fazia questão de entregar ela para a moça limpa, arrumada e já com a barriga cheia – explica Cosme.

Esse ano, Cosme conseguiu se aposentar. Ele trabalhou por quase 20 anos no Zoológico do Rio, mas contava os dias para ficar em casa e se dedicar integralmente à menina. Hoje os dois moram sozinhos na casa da família em São Cristóvão. Ele tem outro filho do primeiro casamento, de 35 anos, que não mora com ele, e netos, com quem tem pouco contato.

– Tem gente que se aposenta e continua trabalhando, mas eu queria muito poder ficar em casa para cuidar melhor da Ana Beatriz. Esse ano, desde que eu meu aposentei, ela já engordou 6 quilos. Ela sempre esteve abaixo do peso, então isso é uma grande vitória. A nutricionista disse que é porque ela está mais feliz perto do pai. Só que quem está feliz sou eu – explica ele, orgulhoso.

Hoje a Ana está saudável e se mostra uma menina feliz, apesar de todas as limitações. Mas, segundo Cosme, o caminho foi longo para chegar até esse momento. Ele cuida sozinho da menina, sem o apoio da família, mas essa ausência é preenchida pela cumplicidade de pai e filha que se entendem pelo olhar. A menina não fala, mas desenvolveu uma forma de se comunicar com ele, através de gestos e sorrisos, o que fortalece ainda mais o vínculo entre a pequena família.

 – Eu já percebo o que ela quer só de olhar. A gente se entende muito, afinal somos só nos dois. Depois que a mãe dela morreu, ninguém mais veio aqui. A casa antes ficava cheia. Sei que é porque ninguém quer ter trabalho e se ela fosse uma criança normal acho que não seria assim. Mas a gente se dá super bem. Estou fazendo uma obra no quintal e enquanto estou lá fora eu coloco a cadeira de rodas dela lá comigo, ela fica fiscalizando a obra. É engraçado como ela até briga comigo – conta ele.

A menina é paciente do Hospital Estadual da Criança, em Vila Valqueire e já passou por uma cirurgia no quadril e agora espera para realizar um novo procedimento na coluna. O pai a acompanha em todas as consultas e já é conhecido pela equipe do hospital pela sua dedicação. Cosme não mede esforços e se empenha para que Ana seja permanentemente acompanhada por uma equipe multidisciplinar.

– Hoje eu levo a Ana no Pedro Ernesto também. Depois de aposentado, me dedico exclusivamente a ela, então levo ao nutricionista, neurologista, vou esgotando possibilidades para que ela esteja bem assistida. O que tiver de tratamento eu levo, estou em casa pra cuidar dela – afirma Cosme.

Sobre o futuro, ele prefere não pensar. Para ele, o importante é que os dois estão juntos e felizes.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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