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Fazenda Vital Brazil cria cavalos para a produção de soro em Cachoeiras de Macacu

Em 2011, foram produzidos 12 mil litros de plasma para preparar o material

A pouco mais de 90 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, no município de Cachoeiras de Macacu, o Instituto Vital Brazil mantém um importante posto de produção de soros para todo o país. Com 850 mil m² de extensão, a propriedade produz hoje sete tipos diferentes de soros antipeçonhentos e antitóxicos – utilizados especialmente contra picadas de cobras, escorpião e aranhas – e enviados ao Ministério da Saúde (MS), responsável pela distribuição em território nacional.

O processo é relativamente simples e tem no cavalo um aliado fundamental. Numa primeira etapa, cavalos tomam injeções com doses de venenos de animais peçonhentos por 15 dias. A dosagem é feita de forma que o cavalo crie anticorpos sem apresentar reações ao material. Dois meses depois, técnicos retiram doses de sangue já com os anticorpos, que serão usados para a confecção do soro. Funcionando desde 2008, a Fazenda produziu, só em 2011, 12 mil litros de plasma, um recorde na história do Instituto.

– Retiramos cerca de seis litros/dia de sangue de cada animal, durante quatro dias. As bolsas descansam por 24 horas, quando plasma e hemáceas se separam. Retiramos o plasma, de onde serão produzidos os soros, e devolvemos as hemáceas para os cavalos. Esse procedimento garante uma sobrevida ao animal – explica o veterinário do Vital Brazil, Leonardo Galileu Meirelles, administrador da fazenda.  Cada cavalo é destinado à produção de apenas um tipo de soro e, após a fase de retirada, chamada de sangramento, os animais ficam um mês descansando.

Soros produzidos – Hoje a fazenda conta com 142 cavalos, 20 funcionários, e produz sete tipos de soros: anticrotálico (cobras cascavel), antibotrópico (cobras jararaca), antilatrodético (aranhas viúva negra), antilaquético (cobras surucucu) e antiescorpiônico (escorpiões), antirrábico e antitetânico. A produção do soro antiapílico (abelhas) está em fase de testes.

– Sempre sonhamos em ter uma fazenda e, em 2008, isso foi possível com a compra deste terreno. Como aqui funcionava um haras, a instalação básica dos cavalos já existia, o que nos levou a fazer menos obras que o previsto – lembra Leonardo.

Bem-estar animal e reflorestamento – Estrelas da fazenda, a preocupação com o bem-estar dos cavalos é muito clara para quem visita a propriedade. Eles contam com aparelhos esterilizados e funcionários treinados, e um sistema de alimentação em forma de espinha de peixe, que garante suprimentos para todos os animais em porções iguais e ideais.

Entre os cuidados estão ainda a realização de exames de sangue completo duas vezes por ano e a transformação de resíduos orgânicos em adubo. Além disso, a fazenda já possui 90 mil m² de área plantada nativa, tendo promovido o reflorestamento de mais 10 mil mudas de plantas da região. Uma parceria com a UFF garante ainda processos de fertilização e reprodução dos animais.

A Fazenda Vital Brazil é um dos quatro fornecedores de soro para o Ministério da Saúde. Os outros três são: Instituto Butantan (São Paulo), Funed – Fundação Ezequiel Lima (Minas Gerais), CPPI – Centro de Pesquisa do Paraná e Iquego – Indústria Química do Estado de Goiás (Goiás).

Até 1996, a produção de soros era feita na sede do Vital Brazil, em Niterói. Mas a criação dos cavalos incomodava tanto funcionários quanto vizinhos, que se queixavam do mau cheiro dos animais. Em 2002, após uma parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), o processo foi transferido para uma instalação da universidade em Rio Bonito.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br/

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