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Governo do Estado tem serviço inédito para implantação de marca-passo diafragmático

Cirurgia é complexa e só foi realizada 10 vezes no Brasil. Segundo o produtor internacional, apenas 3 mil pacientes possuem o equipamento no mundo

Uma boa notícia para pacientes com lesões de alta complexidade e que precisam respirar com ajuda de aparelhos. O Estado do Rio de Janeiro é o primeiro do país a criar um centro especializado para a realização de cirurgia de implantação de marca-passo diafragmático. O polo de atendimento e cirurgia foi criado pela Secretaria de Estado de Saúde e funciona no Hospital Universitário Pedro Ernesto. O procedimento é complexo e pouco comum na rede pública de saúde e só foi realizado 10 vezes no Brasil – São Paulo (4), Rio de Janeiro (3), Manaus (1), Brasília (1) e Caxias do Sul (1).

Segundo o produtor internacional do equipamento, estima-se que apenas 3 mil pacientes possuam este marca-passo no mundo. Os pacientes que passaram por esse tipo de cirurgia no país precisaram entrar na Justiça para ter direito ao equipamento pelo SUS. Na rede privada, apenas a cirurgia custa cerca de R$ 500 mil. Só o dispositivo, importado dos Estados Unidos, chega a custar cerca de R$ 400 mil reais, mas a Secretaria de Estado de Saúde adquiriu seis unidades em compra internacional com valor 60% mais barato, com desconto de impostos.

– A cirurgia dá esperança a muitas famílias que já sofrem com doenças raras e lesões graves. Posso dizer que o Governo do Estado está saindo na frente, dando o que há de mais moderno a esses pacientes e suas famílias, que muitas vezes se sentem perdidas quando buscam a cura ou melhor qualidade de vida quando sofrem com esses tipos de mal – afirma o coordenador de Atenção Especializada da Secretaria de Estado de Saúde, Sérgio Voronoff.

Uma equipe multidisciplinar formada por renomados cirurgiões gerais, torácicos, enfermeiros, pediatra, chefe de CTI, fisioterapeutas e fonoaudiólogos compõem o polo. Além da equipe, durante a cirurgia, um engenheiro e dois técnicos da empresa fornecedora do equipamento participam do procedimento. Para o cirurgião Carlos Telles, um dos médicos da equipe, a criação de um centro especializado em uma cirurgia tão complexa, é importante para a saúde pública no Brasil.

– A criação do polo de cirurgia no Hospital Pedro Ernesto dará uma nova chance a pessoas que buscam melhorar a qualidade de vida sem depender de respiradores artificiais. É um avanço muito grande na saúde.  A equipe está muito empolgada e esperamos fazer mais cirurgias – afirma Telles.

Voltando a respirar bem – A cirurgia de estimulação diafragmática é indicada para pacientes com tetraplegia, Síndrome de Ondine (deficiência no controle da respiração durante o sono) e lesões no diafragma. Com este procedimento, pacientes passarão a respirar sem a ajuda de aparelhos, que chegam a pesar até 100kg. A realização da cirurgia pode ser feita por método convencional ou por vídeolaparoscopia.  Um eletrodo, chamado antena, é colocado por via torácica ou cervical. Este eletrodo ficará ligado a um aparelho externo que fica sobre a pele, na parte inferior do tórax.

Primeiros pacientes – Três cirurgias já foram realizadas no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Portadora da Síndrome de Ondine, Érica Gardini, de apenas 4 anos, foi a primeira paciente a receber o marca-passo diafragmático, em março deste ano. Os resultados do uso do marca-passo na menina têm sido bem produtivos para alívio da família. Aline Mendes, de 28 anos, portadora de tetraplegia, foi operada no dia 9 de abril e já faz os testes com o aparelho, tendo resultados bem promissores.

Manuela Faustino, de 7 anos, foi a terceira paciente a receber o equipamento no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Ela também tem Síndrome de Ondine e chegou a ficar internada nos primeiros sete meses de vida, até que foi diagnosticada a doença. Hoje, a recuperação da menina é excelente.

– Estamos muito felizes e confiantes na recuperação da Manuela. Ela já passa quase uma noite inteira com o marca-passo ligado. O Governo do Estado foi grande responsável por este feito, não tenho o que reclamar do atendimento, só a agradecer por esta oportunidade – disse Nilton Faustino, pai da menina.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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