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Saúde recomenda tratamento preventivo da hemofilia

Médicos poderão indicar uso profilático de Fator VIII para que portadores da forma grave da doença se tratem antes de qualquer possível incidente que possa resultar em dificuldades de coagulação sanguínea

O Ministério da Saúde recomenda, pela primeira vez, que portadores adultos de hemofilia grave façam o tratamento profilático da doença com o uso de Fator VIII de Coagulação. Para isso, o ministério repassou às secretarias de saúde de todo o país mais de 150 milhões de Unidades Internacionais (UIs) deste medicamento, além de manter outras 200 milhões de unidades no estoque estratégico do órgão. O objetivo da recomendação é incentivar o uso preventivo de Fator VIII (plasmático) para evitar que o portador da doença tenha sangramentos nas articulações, principal característica da doença.

“A ampliação do tratamento profilático da hemofilia grave para jovens e adultos é um avanço porque, entre outros benefícios à saúde, certamente vai melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, observa o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A recomendação para a chamada /profilaxia secundária/ da hemofilia grave está afinada às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). O abastecimento do SUS com as mais de 600 milhões de unidades de Fator VIII será possível graças, também, à economia que o ministério vem obtendo a partir de mudanças na metodologia de compra de medicamentos para o SUS. Só na aquisição de hemoderivados (medicamentos derivados do sangue), o Ministério da Saúde conseguiu economizar R$ 50 milhões nos últimos 12 meses.

Documento com as recomendações para a ampliação do tratamento profilático de portadores de hemofilia grave foi enviado, nesta quinta-feira (20), para os 32 hemocentros coordenadores da Hemorrede nos 26 estados e no Distrito Federal. “Para ter acesso ao tratamento e receber o hemoderivado (Fator VIII), os pacientes precisam estar cadastrados em um dos 35 Centros de Tratamento de Hemofilia (CTH), onde têm orientação e acompanhamento médico para a obtenção e o uso do medicamento”, explica Helder Teixeira Melo, da Coordenação de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde. A adesão ao tratamento está condicionada à avaliação clínica, social e psicológica.

Atualmente, 10.558 hemofílicos são assistidos pelo Sistema Único de Saúde; ou seja, recebem medicamentos pelo SUS, incluindo aqueles que utilizam a rede privada ou possuem convênios e planos de saúde. Desse total, 3.421 são portadores da forma grave da doença, caracterizada por sangramentos em uma mesma articulação, que pode levar ao dano articular e em alguns casos à invalidez.

PROFILAXIA PRIMÁRIA – No último mês de dezembro, crianças portadoras de hemofilia grave dos tipos A e B passaram a receber assistência no SUS para a chamada “profilaxia primária” da doença. Este procedimento preventivo é indicado para pacientes com até 3 anos de idade que tenham tido até uma ocorrência de sangramento ou hemorragia da articulação (hemartrose). A profilaxia primária também é recomendada pela OMS.

HEMOFILIA – A hemofilia é uma doença hemorrágica, de herança genética, que leva à perda de mobilidade do paciente. Ela se caracteriza pela deficiência quantitativa e/ou qualitativa de Fator VIII (hemofilia A) ou de Fator IX (Hemofilia B). O tratamento profilático corresponde à reposição destes fatores no organismo, de maneira periódica e ininterrupta a longo prazo, iniciada antes ou após ocorrência do primeiro sangramento ou hemorragia da articulação (hemartrose).

FONTE: Ministério da Saúde

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