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Ministério da Saúde e Cufa fazem “faxinaço” nas periferias do país

Ação de mobilização para prevenir e eliminar focos do mosquito transmissor do vírus Zika começa neste sábado (16), nas favelas do Rio de Janeiro, com a participação do rapper MV Bill

Começa neste sábado (16), na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), uma nova etapa da mobilização contra o Aedes aegypti. O Faxinaço Zika Zero é uma parceria do Ministério da Saúde com a Central Única das Favelas (Cufa). O objetivo é mobilizar os moradores das periferias de todo o país a fazerem ações para prevenir e eliminar possíveis focos do mosquito transmissor do vírus Zika, da dengue e chikungunya.

“É importante manter a população mobilizada para evitar que os esforços feitos até então não se percam, por isso estamos articulando ações conjuntas com diversos setores da sociedade. A ideia é que os moradores sejam multiplicadores das ações e que no contato direto com os vizinhos possam informar e conscientizar ainda melhor sobre a importância de identificar e eliminar os focos do mosquito”, ressalta o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Nardi.

A abertura do evento contará com a participação do rapper MV Bill, um artista de grande representatividade nas comunidades. No período da tarde a ação será na sede da Cufa, no bairro de Madureira, e, no domingo (17), na Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio. As mobilizações continuarão no mês de maio em comunidades de quatro capitais: Salvador (dias 7 e 8), Aracaju (dias 7 e 8), Recife (dias 21 e 22) e João Pessoa (dias 21 e 22). Os eventos terão também a presença da rapper Nega Gizza, que revezará com MV Bill nas ações com as comunidades.

“Para intensificar a mobilização contra o Aedes aegypti estamos envolvendo as periferias do país. Precisamos motivar as comunidades a terem acesso as informações necessárias no combate e à adoção de práticas para a manutenção dos ambientes limpos e seguros do mosquito”, destaca o diretor-presidente da Cufa, Celso Athayde.

O Faxinaço Zika Zero vai contar com um grupo de pessoas da própria comunidade, entre líderes comunitários, profissionais de saúde e educação, que visitarão as residências para identificar possíveis focos de larvas do mosquito e eliminá-los. O morador será convidado a integrar o grupo e continuar a vistoria nas casas dos vizinhos, formando uma corrente de mobilização. Serão distribuídos panfletos informativos sobre prevenção e combate aos criadouros, além de material para auxiliar a limpeza, como luvas, buchas, escovões e baldes.

As ações de mobilização em todos os setores e esferas públicas fazem parte de um dos eixos do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes aegypti e à Microcefalia, lançado em dezembro de 2015 pela presidenta Dilma Rousseff. A ideia é aproveitar o conhecimento, recursos humanos e outros tipos de apoio para integrar as ações de combate ao mosquito, ampliando a mobilização para além do setor de saúde.

MOBILIZAÇÕES – Entre as ações já realizadas contra o Aedes aegypti, estão a Semana da Família na Escola, que envolveu estudantes, profissionais da educação e familiares dos 223 municípios considerados prioritários para o combate ao mosquito. Outra ação envolvendo o ambiente escolar foi a Semana Saúde na Escola, que contou com a participação de mais de 18 milhões de estudantes, em 4.787 municípios, envolvidos em atividades contra o Aedes.

Também no mês de março aconteceu a mobilização em todos os prédios da administração pública. A iniciativa contou com a checagem das instalações prediais em busca da eliminação de possíveis focos e serviu para intensificar as vistorias nos imóveis federais, que já vêm sendo realizadas nos prédios públicos de forma permanente desde o dia 29 de janeiro. A atividade contou com a participação de todos os órgãos do Governo Federal, envolvendo ministros, presidentes de empresas, bancos públicos e autarquias.

No dia 13 de fevereiro foi realizado o Dia Nacional de Mobilização contra o Aedes aegypti, quando ministros e gestores públicos vistoriaram 2,8 milhões de imóveis, em 428 municípios do País. A ação contou com 220 mil integrantes das Forças Armadas, em conjunto com os agentes comunitários de saúde e os agentes de controle de endemias.

Ainda em fevereiro ocorreu a Mobilização Nacional da Educação Zika Zero, em parceria com os estados e municípios. Na ocasião, ministros, governadores, secretários de educação municipais e estaduais, além de outras autoridades e militares das Forças Armadas, percorreram as capitais brasileiras e 115 municípios no combate ao mosquito, aproveitando o período de volta às aulas para incluir as comunidades escolares nas ações de combate e prevenção ao mosquito.

MICROCEFALIA – Até o dia 9 de abril, foram confirmados 1.113 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita, em todo o país.  Ao todo, foram notificados 7.015 casos suspeitos desde o início das investigações, em outubro de 2015, sendo que 2.066 foram descartados. Outros 3.836 estão em fase de investigação. As informações são do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado no dia 12 de abril, que reúne as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde.

Do total de casos confirmados, 189 tiveram confirmação laboratorial para o vírus Zika.  No entanto, o Ministério da Saúde ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. Ou seja, a pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.

Os 1.113 casos confirmados ocorreram em 416 municípios, localizados em 22 unidades da federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Já os 2.066 casos foram descartados por apresentarem exames normais, ou apresentarem microcefalias e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infeciosas.

No mesmo período, foram registrados 235 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 50 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 155 continuam em investigação e 30 foram descartados.

FONTE: Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br