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Hospitais do Estado oferecem atendimento psicológico no tratamento de pacientes internados

Famílias também recebem atenção especial das equipes. Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, foi o pioneiro

O autônomo Jorge José Junqueira, de 56 anos, precisou ficar muitos dias internado no Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo,por conta de todo o processo de tratamento após a amputação de sua perna esquerda. E ele não nega que bateu desânimo. Nele e em sua família. Esse sentimento entre pessoas que vivem um trauma ou precisam ficar muitos dias dentro de uma unidade de saúde em tratamento é natural.Para ajudar Jorge, sua família e milhares de outros pacientes, o Hospital Estadual Albert Schweitzer (HEAS) desenvolveu um serviço complementar, incluindo a equipe de psicologia no processo de recuperação e cura.Pioneiro em oferecer o serviço, a experiência do HEAS foi ampliada para a rede estadual de saúde. Na unidade, são 25 profissionais atuando.


– Já estou aqui há 10 dias. Fico preocupado com questões familiares, mas as palavras das psicólogas são muito importantes, dão conforto. E estar bem comigo mesmo ajuda a cicatrizar a ferida – afirma Jorge José, hoje já mais consciente da importância de cuidar também da mente em meio ao processo.


Hoje o serviço de psicologia hospitalar é oferecido em todas as grandes unidades da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e vem se integrando cada vez mais às equipes médicas dos hospitais.


– Ansiedade por um diagnóstico ou por uma cirurgia, o momento de retirar o respirador de um paciente no CTI, depressão e dificuldades de amamentação são alguns dos temas enfrentados com frequência pelas equipes de psicólogos que trabalham nas grandes unidades hospitalares da rede. Também cabe à equipe de psicólogos acompanhar o médico na hora de informar o falecimento de algum paciente – esclarece Ana Roberta Pires, da Assessoria de Humanização. 


Com os avanços na prática da psicologia hospitalar, o serviço cresceu e hoje se estende a todos os setores dos hospitais, entre clínica médica, ortopedia, maternidade e CTI. As conversas têm foco sempre no quadro clínico do paciente e no motivo da internação. Os familiares, sobretudo os que estão acompanhando parentes na emergência, também recebem um cuidado especial.


O procedimento de trabalho é semelhante em todas as unidades: os pacientes passam por uma avaliação, em grande parte dos casos, ao dar entrada nas unidades. O acompanhamento é feito até a alta do paciente, em média, uma vez por semana. Aqueles que demonstram algum distúrbio psiquiátrico são referenciados para acompanhamento ambulatorial na rede de atenção básica depois da alta do hospital.


– A psicologia hospitalar determina que o psicólogo não espere as demandas chegarem, ele vai até elas. Por isso há profissionais instalados em todos os setores do hospital. Nas emergências, eles trabalham de domingo a domingo, 24 horas – explica a psicóloga Ana Roberta.


Para 2013, colegiado para padronizar o tratamento psicológico nas unidades – Para o próximo ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) vai estruturar um colegiado do serviço de psicologia. Ele será responsável por levantar as rotinas de atendimento e formas de trabalho nas unidades e uniformizá-las, gerando um protocolo mínimo de práticas.


– O psicólogo era considerado um estranho no ninho dentro da equipe, havia um sentimento defensivo por parte dos outros profissionais. Isso está mudando – explica Regina Coeli Figueira da Silva, uma das psicólogas que inaugurou o serviço na unidade e que segue fazendo parte da equipe. 


– O campo de atuação da Psicologia/Saúde Mental vem avançando dentro da unidade hospitalar, os profissionais estão se encontrando, discutindo, com a necessidade de maior sistematização da produção acadêmica em torno do tema. E nós podemos avançar em diversos setores – planeja Ana Cristina.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro 

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