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IRD atua no controle de qualidade dos serviços de mamografia

Uma parceria entre o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro contribui para a melhoria da qualidade dos exames de mamografia realizados na cidade. O instituto avaliou, nos últimos cinco anos, os serviços contratados pela prefeitura, fornecendo relatórios sobre itens que devem ser cumpridos do ponto de vista técnico. Realizado no país em aproximadamente quatro milhões de pacientes pelo SUS, o exame auxilia no diagnóstico precoce e preciso do câncer de mama no Brasil.

O IRD avaliou treze serviços nos últimos cinco anos, analisando os equipamentos de mamografia convencional ou digital, processadoras dos filmes, entre outros itens, para identificar se os níveis de doses de radiação estão dentro dos valores recomendados. Os itens não conformes são apontados, possibilitando que as clínicas melhorem seus serviços. Se os requisitos não forem atendidos, a Prefeitura pode descredenciar o serviço contratado.

“O objetivo é melhorar a qualidade do serviço oferecido”, explica Claudio Domingues, pesquisador da Divisão de Física Médica do instituto. Para Célia Coutinho, também pesquisadora na área, o trabalho realizado traz um benefício muito grande para a população, além dos treinamentos oferecidos para os profissionais envolvidos.

São realizadas medidas nos mamógrafos para avaliar se os parâmetros estão dentro dos níveis aceitáveis, como a dose de radiação na entrada da pele do paciente. Simuladores de mama servem como instrumentos de medida.

Muitas vezes são encontrados problemas fáceis de serem resolvidos, como por exemplo, a luminância do negatoscópio, aparelho que possui iluminação especial e permite observar a imagem radiográfica. Utilizando esse equipamento com luminância adequada, o especialista pode identificar detalhes importantes na imagem, como microcalcificações, tumores em estágio inicial e quaisquer outras alterações importantes, que subsidiarão o médico no diagnóstico. Os pesquisadores do IRD identificaram aumento da dose na entrada da pele do paciente para a tecnologia digital – que elimina a necessidade de revelação do filme – em relação à tecnologia convencional. A tese de doutorado de Coutinho identificou essa dose em índices 20% acima para o sistema CR (radiologia computadorizada). Um estudo desenvolvido por Domingues procura estabelecer o melhor ajuste dos equipamentos sem perda da qualidade da imagem, de forma a otimizar essa dose. De acordo com o princípio de radioproteção, as doses de radiação devem ser mantidas tão baixas quanto possíveis, ou seja a menor dose para o paciente, com a melhor qualidade de imagem.

O câncer de mama representa quase 25% de todos os casos da doença e é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo. Estimativas para 2014 indicam 57 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, o terceiro de maior incidência, atrás apenas de melanoma e câncer de próstata. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 27 milhões de novos casos de câncer para o ano de 2030 em todo o mundo, e 17 milhões de mortes pela doença. Os países em desenvolvimento serão os mais afetados, entre eles o Brasil.

FONTE: CNEN
http://www.cnen.gov.br