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Rio de Janeiro passa a contar com segundo Banco de Olhos

Parceria do Programa Estadual de Transplantes (PET) com o Into vai ajudar a desafogar fila de pacientes que esperam por transplante de córnea; meta é zerar a espera em até três anos. O Dia Nacional da Doação de Órgãos é em 27 de setembro, próxima sexta-feira, e a Secretaria de Estado de Saúde promove uma série de ações ao longo da semana para lembrar a importância deste nobre gesto

Com o objetivo de melhorar a posição do estado no Rio de Janeiro em relação ao transplante de córneas, é inaugurado nesta terça-feira (24) no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) o segundo Banco de Olhos do estado – o primeiro fica em Volta Redonda. O Banco é fruto de parceria do Programa Estadual de Transplantes (PET) com o Into e vai integrar a estrutura já existente no Banco de Tecidos desta instituição. Capaz de filtrar todo o ar onde as córneas serão processadas, o novo Banco de Olhos conta com áreas de segurança biológica superior a de um centro cirúrgico. O novo serviço vai contar com médicos oftalmologistas especialistas em transplante de córnea, além de equipe de enfermagem.

– O grande potencial do banco de olhos do INTO para captação de córneas possibilitará, no prazo de um ano, colocar o Estado do Rio entre os cinco maiores transplantadores do país, com a realização de 500 transplantes por ano. Em até três anos, nossa meta é zerar a fila de transplantes de córneas no Estado – explica o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Cortes.

Para o coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Rodrigo Sarlo, a criação do Banco de Olhos vai possibilitar um aumento significativo no número de transplantes de córnea, que tem crescido gradativamente. O número de transplantes entre janeiro e agosto de 2013 já é 16% maior que o mesmo período de 2012, totalizando 220 procedimentos até então.

– O desafio principal do Programa foi mudar a história dos transplantes no estado do Rio de Janeiro. Em três anos, conseguimos triplicar o número de doadores de órgãos e mais que dobramos o número de transplantes. A ideia é aumentar cinco vezes o número de captação de córneas de modo que a gente possa oferecer uma quantidade de córnea suficiente para atender a demanda da população. Um banco de olhos localizado no centro do Rio vai ser fundamental para ajudar na logística do transplante – comemora o coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Rodrigo Sarlo.

No primeiro dia de funcionamento do banco de olhos do INTO, duas córneas foram encaminhadas para serem transplantadas nos seus receptores. Amanhã, será a vez de outros dois pacientes realizarem o procedimento.

Transplante de Córnea: como funciona? – Ao contrário do que acontece com órgãos como coração, fígado e rim, os tecidos como córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas podem ser doados tanto em caso de morte encefálica quanto na morte por coração parado. Um profissional do Banco de Olhos vai até o falecido para providenciar a autorização por escrito de algum familiar. Em seguida, é providenciada a coleta de sangue para realização de exames e, após a obtenção dos resultados, ocorre a retirada das córneas. O prazo para captação do material é de até seis horas após o falecimento, mas devidamente armazenadas no Banco de Olhos, as córneas captadas podem durar até 14 dias, o que é um facilitador para as cirurgias de transplante.

– Contamos com equipamentos como microscópio especular, que mede as células da córnea. Temos a segurança também na sorologia, ou seja, quando uma pessoa recebe um transplante ela tem a certeza de que este tecido, que está sendo oferecido para que ela recupere a visão, é um tecido seguro – explicou o responsável técnico pelo Banco de Olhos do INTO, Gustavo Bonfadini.

Atualmente, sete hospitais realizam esse tipo de cirurgia no estado através do SUS: Hospital Federal de Ipanema, Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF), Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/Uerj), Hospital Federal dos Servidores do Estado, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), Hospital Adventista Silvestre e Oftalmoclínica São Gonçalo.

#DoeÓrgãos – O Dia Nacional da Doação de Órgãos é em 27 de setembro, próxima sexta-feira, e a Secretaria de Estado de Saúde promove uma série de ações ao longo da semana para lembrar a importância deste nobre gesto. O Hospital Estadual da Criança se antecipou realizando já na segunda-feira (23) uma festa para celebrar a vida dos 13 pacientes pediátricos transplantados na unidade. Inaugurado em março de 2013, a unidade do Governo do Estado em Vila Valqueire é hoje o único centro transplantador de fígado habilitado para operar crianças no Rio de Janeiro.

Sexta (27) – Missa no Centro Estadual de Transplantes – No dia Nacional da Doação de Órgãos, a unidade, que em sete meses já realizou 150 transplantes, será o local de uma missa que será celebrada pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta. A missa contará com a presença de médicos e pacientes do CET, que darão depoimentos mostrando como suas vidas mudaram após o transplante.

– Em menos de um ano já somos o segundo maior centro de transplante de fígado do país. A velocidade da produção sendo feita com qualidade surpreendeu a todos. Estamos com quase 100 transplantes de rim e com um índice de sucesso muito grande. Queremos superar ainda mais as expectativas – resumiu o diretor do do Hospital São Francisco de Assis, Waldir Leopércio, que credita o sucesso à infraestrutura e equipe da unidade.

Rio de Janeiro dá um salto na área de transplantes – Responsável por regular o sistema de transplantes no estado, o PET atua na captação de órgãos, distribuição aos hospitais transplantadores respeitando a fila, aprimoramento da gestão técnica, subsídio às unidades de saúde e capacitação de profissionais. Ocupando a lanterna no país na área de doação de órgãos até 2010, o Rio de Janeiro registrou nos últimos dois anos o maior avanço nacional, pulando para a atual 2ª posição no ranking. Em 2012, foram 221 doações de órgãos, quase o dobro do ano anterior. Em 2013, já foram 157 captações e 453 transplantes. A meta para este ano é superar 250 captações.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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