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Brasil fortalece vigilância epidemiológica no Haiti

Iniciativas contam com recursos do governo brasileiro da ordem de R$ 1,2 milhão. Medidas incluem contratação de profissionais especializados em prevenção e controle de doenças transmissíveis bem como apoio operacional, financeiro e material

O Ministério da Saúde começou, nesta sexta-feira (9), ação de reforço na estratégia de reestruturação da vigilância epidemiológica no Haiti, país que teve o sistema de saúde abalado por um terremoto, em 2010. As novas iniciativas contam com recursos do governo brasileiro da ordem de R$ 1,2 milhão e foram anunciadas em Porto Príncipe, capital haitiana. As medidas incluem a contratação de profissionais especializados em prevenção e controle de doenças transmissíveis bem como o apoio operacional, financeiro e material para ações de vigilância naquele país.

A iniciativa faz parte do Projeto Haiti, cooperação firmada entre os governos do Brasil, do Haiti e de Cuba, voltada ao fortalecimento do sistema de saúde haitiano. No Brasil, o projeto é coordenado pelo Ministério da Saúde e conta com parceiros como a Fundação Oswaldo Cruz e as universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Catarina (UFSC).

O assessor especial de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde, Alberto Kleiman, enfatiza a importância deste reforço na estratégia de reestruturação da vigilância epidemiológica no Haiti. “A existência de uma vigilância ativa é vital para o funcionamento do sistema de saúde de qualquer país”, afirma. “O objetivo principal é desenvolver atividades contínuas de controle epidemiológico de modo a manter a população haitiana protegida contra doenças facilmente preveníveis; por exemplo, por meio de vacina”, completa o assessor.

Foram selecionados e contratados 13 profissionais haitianos especializados e com ampla experiência em vigilância epidemiológica. Eles serão lotados nos dez departamentos de vigilância do país ou no Ministério da Saúde Pública e da População do Haiti. Para a remuneração destes profissionais foram destinados R$ 320 mil do projeto.

Para viabilizar a execução das ações de vigilância epidemiológica, o governo brasileiro também adquiriu notebooks, impressoras, telefones celulares e 11 veículos – um investimento de R$ 470 mil. O restante do recursos, cerca de R$ 410 mil, será destinado para o apoio logístico às ações, como compra de materiais de expediente, combustíveis, diárias, entre outras despesas.

PROFISSIONAIS DE SAÚDE – Os especialistas contratados serão responsáveis por coordenar diversas medidas consideradas essenciais na área de vigilância em saúde, como realizar a busca ativa semanal ou diária de doenças imunopreveníveis, investigar casos suspeitos, identificar áreas de baixa cobertura vacinal, contribuir para aumentar a cobertura e capacitar outros profissionais de saúde.

Os profissionais selecionados passaram por treinamento teórico-prático intensivo, com carga horária de 120 horas. O curso abordou, principalmente, nove doenças transmissíveis prioritárias para as ações de fortalecimento do sistema de vigilância epidemiológica desenvolvidas pelo Projeto Haiti: sarampo, rubéola, Síndrome de Rubéola Congênita (SRC), poliomielite, difteria, tétano, coqueluche, Hepatite B e meningites – todas elas preveníveis por vacina.

AÇÃO CONTINUADA – Pelo Projeto Haiti vem sendo desenvolvidas, desde o terremoto de 2010, diferentes ações destinadas a fortalecer o sistema de vigilância epidemiológica do país caribenho. Foram reformados e reconstruídos dois laboratórios especializados em vigilância epidemiológica, que estão sendo equipados e estarão em funcionamento nos próximos meses. Para isso, foram capacitados dois técnicos do Laboratório Nacional de Saúde Pública (LNSP) do Haiti. Os profissionais fizeram estágio de dois meses no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC) da Fiocruz, instituição brasileira referência no campo da vigilância em saúde.

A cooperação apoia, ainda, o Programa Ampliado de Vacinação do Haiti, que promoveu a Campanha Nacional de Vacinação Contra o Sarampo, a Rubéola e a Poliomielite, realizada este ano. O Ministério da Saúde já doou ao programa de imunização haitiano 8,7 milhões doses de vacina.

Na primeira fase da campanha de vacinação, realizada de 21 de abril a 5 de maio deste ano, o Brasil contribuiu com 11% do recurso total utilizado – doou três milhões de doses da vacina oral contra a poliomielite, disponibilizou 15 veículos com motorista e combustível e enviou enfermeiros com experiência em áreas de difícil acesso.

ASSISTÊNCIA – Além das ações voltadas para a vigilância, o projeto desenvolve também iniciativas destinadas a melhorar a assistência em saúde no Haiti. Entre elas, a construção de três hospitais de referência – que vão atuar de forma articulada com a rede de Atenção Primária do país – e um centro de assistência à pessoa com deficiência.

Também para melhorar o atendimento à população haitiana, estão sendo formados agentes comunitários de saúde. Pelo Projeto Haiti, já foram capacitados 58 agentes e seis turmas estão em processo de formação. Juntas, vão qualificar 180 novos profissionais para atuarem nas regiões de Carrefour, Bon Repos e Beudet, na região metropolitana de Porto Príncipe. A meta é formar cerca de mil agentes comunitários até o término do projeto (em 2014).


FONTE: Ministério da Saúde

http://www.saude.gov.br

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