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Centro Estadual de Transplantes realiza primeira cirurgia

Paciente, de 31 anos, aguardava há oito anos por rim

Uma vida sem restrições. Essa é a expectativa que permeia os pensamentos do primeiro paciente operado no Centro Estadual de Transplantes, inaugurado na ultima quinta-feira, 21 de janeiro, no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca. Após oito anos de espera na fila pelo transplante de rim, Leandro Carqueja, de 31 anos, foi o paciente número 1 da nova unidade. Minutos antes da cirurgia, que foi um sucesso, só pensava na liberdade de se livrar da hemodiálise após o transplante, realizado com órgão de doador morto.

– Faço hemodiálise três vezes por semana, quatro horas por dia, desde os 20 anos. Isso limita muito a minha vida. Para trabalhar é complicado, pois só consigo empregos de meio expediente. Os remédios causam mal estar e nem todo mundo entende a situação. Além disso, tenho limitações de coisas simples, como alimentação e ingestão de líquidos. O que mais quero fazer ao sair daqui é beber uma garrafa inteira de água! – conta Leandro.

A mãe, Glória Carqueja, era só alegria. Leandro já foi convocado algumas vezes para realizar o transplante, mas a cirurgia acabou não acontecendo por motivos diversos.

– Nesses oito anos, já nos contataram algumas vezes, mas o paciente tem que estar 100% pra operar, tem a questão da compatibilidade do órgão, etc. Mas agora chegou a vez dele. Ele tem uma vida toda pela frente, quer voltar à faculdade de administração, estudar inglês, trabalhar. Foi uma luta muito grande até agora, mas acreditamos na equipe de médicos e nessa nova estrutura do hospital – comemora Glória.

Centro Estadual de Transplantes – Inicialmente apta para realizar transplantes de rim e fígado, o novo centro vai, em breve, oferecer também transplante de pâncreas. Essa é a primeira unidade da rede estadual de saúde a realizar os procedimentos, antes só feitos por hospitais federais, universitários e conveniados ao SUS.

Totalizando um investimento de R$ 3 milhões, a unidade conta com centro cirúrgico, com cinco salas, e aparelhos de ponta para realizar cirurgias de alta complexidade, UTI, e ambulatório. A expectativa é realizar no primeiro ano de funcionamento cerca de 200 transplantes de rim e 100 de fígado.

 Desde o dia 5 de fevereiro, pacientes antes cadastrados no Hospital Federal de Bonsucesso têm sido convidados a agendar consultas na nova unidade para a atualização de seus cadastros.

Números – O estado do Rio registrou nos últimos três anos o maior avanço nacional na área de doação de órgãos. Em 2010, o Rio de Janeiro ocupava a lanterna no país na área, pulando para a atual 3ª posição no ranking. Em 2011, houve um crescimento de 50% no número de doadores em relação a 2010, chegando a 121. Em 2012, foram 221 doadores e a meta para 2013 é superar 250 captações.

– Após conquistar uma boa posição no ranking de doação de órgãos, nosso foco é a realização de cirurgias de transplantes. Este investimento é especialmente importante porque rim é o órgão com maior demanda no Brasil e no mundo. Com a inauguração do centro, queremos oferecer um crescimento progressivo no número de procedimentos que eram feitos pela equipe do Hospital Geral de Bonsucesso – detalha o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes.

Hoje, mais de 23 mil brasileiros aguardam por um transplante, dos quais cerca de 1.600 vivem no Rio de Janeiro. 

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro

http://www.saude.rj.gov.br

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