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Fila por transplantes reduz 70% no estado do RJ

Queda entre 2008 e 2014 reflete as ações adotadas desde a criação do Programa Estadual de Transplantes. A principal delas foi o investimento na captação de órgãos e na criação de dois novos centros transplantadores

O Programa Estadual de Transplantes (PET) vem atingindo mais um resultado significativo na captação de órgãos no estado do Rio de Janeiro: foram 184 doações de janeiro a agosto de 2014. O número, além de recorde para o período, é três vezes maior que o alcançado em todo o ano de 2008, antes da implantação do PET. Mais órgãos captados, mais transplantes realizados. Essa matemática tem como principal consequência a redução na fila de pessoas aguardando por um transplante no Rio de Janeiro; uma diminuição de 70% de 2008 pra cá. Naquele ano, antes do PET,  7.580 aguardavam por um órgão no RJ. Hoje, a fila está em 2.369 pacientes.

A fila por transplante de fígado foi a que mais reduziu nesse período, com queda de 73%. Em seguida, as filas que mais caíram foram por rim (70%) e córnea (65%).

O trabalho desenvolvido pelo Programa Estadual de Transplantes fez o Rio de Janeiro saltar da lanterna para o segundo lugar no ranking nacional de captação de órgãos do país. Ao longo de 2014, foram realizados 438 transplantes, entre coração, fígado e rim, em todo o estado. O número revela aumento de 84% em cirurgias na comparação com o ano inteiro de 2008.

“Este grande feito se reflete na esperança das pessoas que aguardam pela cirurgia, bem como de suas famílias. Mostra também a importância da doação de órgãos, afinal vidas são salvas por meio dos transplantes realizados, e o resultado do árduo trabalho realizado pela equipe do Programa Estadual de Transplantes, que elevou o Rio de Janeiro na lista dos estados com mais doações de órgãos no país”, avalia o coordenador do PET, Rodrigo Sarlo.

A inauguração em fevereiro do ano passado do Centro Estadual de Transplantes (CET), na Tijuca, e o início das cirurgias de transplantes pediátricos em abril no Hospital Estadual da Criança (HEC), em Vila Valqueire, foram fundamentais para alcançar essa marca. Atualmente, as duas unidades estão entre as que mais fazem transplantes hepáticos adulto e pediátrico no país. Antes de 2013, não havia hospitais estaduais realizando cirurgias de transplante no Rio de Janeiro.

O que é o PET? – Responsável por regular o sistema de transplantes no estado, o Programa Estadual de Transplantes atua na captação de órgãos, distribuição aos hospitais transplantadores respeitando a fila, aprimoramento da gestão técnica, subsídio às unidades de saúde e capacitação de profissionais. Foi criado o Disque-Transplante (155), em que pacientes, profissionais de saúde e todo cidadão pode ligar e obter informações e tirar dúvidas. Outro canal criado para manter a troca de informações e a lista atualizada de pessoas aguardando órgão é o site www.transplante.rj.gov.br

Organização de Procura de Órgãos (OPOs) – Para 2014, a principal ação do PET tem sido o investimento na a abertura das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). A primeira foi inaugurada no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), no Humaitá. As OPOs são organismos de coordenação supra-hospitalar, responsáveis por organizar e apoiar as atividades relacionadas ao processo de doação de órgãos e tecidos. Elas vão descentralizar o processo, fazendo uma cobertura regional pré-estabelecida.

Receita do sucesso – Gestão, modernização, capacitação e comunicação. Estes foram os quatro pilares que mudaram o rumo e transformaram o Rio de Janeiro em exemplo para o Brasil na área de transplantes. Empregada em vários países da Europa, a ferramenta de gestão Donor Action foi importada pelo Governo do Estado para ser usada nos hospitais estaduais de emergência, com o objetivo de diagnosticar as falhas no processo de notificação de possíveis doadores e, a partir disso, foi desenvolvido um protocolo de procedimentos. O crescimento que a ferramenta trouxe na área de transplante em outros países foi o diferencial para implantá-la no estado. Um exemplo do sucesso da aplicação desta ferramenta é o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, premiado em 2012 pelo Ministério da Saúde pelo recorde na captação de órgãos. Sozinha, a unidade superou 11 estados brasileiros.

O estado também investiu na aquisição de cinco aparelhos de perfusão renal chamados LifePort Kidney Transporter, que melhora a condição de alguns rins específicos, que antes não poderiam ser utilizados para transplantes. Mais de 30 rins já tiveram suas condições melhoradas. Este investimento é especialmente importante porque rim é o órgão com maior demanda de transplantes no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro e Ceará são pioneiros nos país na aquisição desta máquina. O valor investido nos aparelhos foi de R$ 1 milhão.

Negativa familiar ainda é um desafio – Apesar desses importantes avanços, quase 50% das famílias não autorizam a doação de órgãos de pacientes que tiveram morte encefálica.  Os esforços feitos pelo governo e profissionais de saúde para promover a doação de órgãos e tecidos não serão suficientes caso os familiares não permitam a realização do procedimento. Em muitos casos, o ato não é aprovado pelo fato dos parentes desconhecerem este desejo do ente querido.

Para o coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Rodrigo Sarlo, o ato de doar um órgão é um gesto de amor ao próximo e o assunto deve fazer ser parte das conversas familiares.

– É um gesto nobre de amor ao próximo. Mesmo no momento de dor, as famílias precisam pensar que a doação dos órgãos de um ente querido poderá ajudar a salvar a vida de pessoas que estão a espera de um órgão, e só tem essa alternativa. A negativa das famílias reflete diretamente no número de transplantes realizados. A doação de órgãos não pode ser um assunto tabu nas famílias – explica Rodrigo Sarlo.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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