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Hospital Estadual Carlos Chagas realiza trabalho social com idosos

Maioria dos pacientes da terceira idade abandonados por famílias foi reintegrada socialmente. Esta semana foi comemorado o Dia Internacional do Idoso

Atualmente o Hospital Estadual Carlos Chagas possui 179 leitos de enfermaria, sendo que pelo menos 30 são ocupados por idosos. Alguns recebem alta, mas não tem para onde ir e acabam permanecendo na unidade. Uma realidade que se tornou frequente nos hospitais. E os motivos são diversos: falta de referência familiar, ou abandono da própria família. O idoso também pode ser morador de rua e, por vezes, não está orientado quando recebe alta. Todas as histórias desses idosos formam um resultado que não é vantajoso para a unidade: leitos que deveriam ser ocupados por pacientes que realmente necessitam, se tornam leitos sociais. Pensando nisso, a unidade da Zona Norte, por meio de trabalho com equipe do Serviço Social, faz um trabalho de investigação desses casos e, em parceria com diversos órgãos municipais e Ministério Público reintegrou a maioria dos pacientes idosos às suas famílias ou ao convívio social. No ano de 2013, 100% dos pacientes idosos foram reintegrados ou transferidos para Clínicas de Apoio.

A coordenadora do Serviço Social da Unidade, Eloecy da Rocha, revela que a parceria com órgãos como Detran, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e Centro Especializado da Assistência Social (CREAS), bem como a área de Atenção Básica do município, facilita a assistência e garante ao idoso a valorização de seus direitos, impedindo que ele seja maltratado novamente.

– A maioria dos idosos é abandonada diversos motivos: falta de qualquer referência familiar, fragilização ou quebra do vínculo familiar devido a conflitos, grau de dependência de cuidados para atividades da vida diária do idoso, situação econômica da família, entre outros. Há também motivos considerados banais: já recebemos pacientes no Carnaval, por exemplo, e que só iam embora quando algum parente vinha buscar, no final do período festivo. Com esse trabalho em parceria, conseguimos diminuir a média de permanência desses pacientes de 1 ano para apenas 3 meses. Quando o paciente idoso dá entrada na unidade, fazemos um trabalho de classificação de Risco Social, para identificarmos o grau de vulnerabilidade daquele paciente, verificando se ele tem família, ou se será um caso para acompanhamento pelo Serviço Social. A partir daí, percebemos se ele vai permanecer durante muito tempo no hospital.

Elocy também destaca a dificuldade de transferência desses idosos para Abrigos. Mesmo que eles tenham o perfil, não há vagas.

 – Os abrigos seriam os locais mais indicados para idosos sem referência familiar – disse.

Cuidado com o idoso – O Rio de Janeiro é o estado que mais envelhece no Brasil. De acordo com o IBGE, há 2 milhões de idosos no Estado, 13,1% da população. Com o envelhecimento da população, maior será a dependência das pessoas que necessitam de cuidados de saúde continuados. A Secretaria de Estado de Saúde tem projetos que tem feito a diferença na vida dos idosos.

Pater – Problemas psicológicos causados por tragédias pessoais são lugar comum entre os pacientes atendidos pelo Pater, que funciona no Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro (CPRJ), na Gamboa, há oito anos. A morte de um ente querido, desilusões amorosas, falta de estímulo para seguir em frente fazem parte das histórias de idosos que conseguiram dar a volta por cima e hoje vivem uma nova realidade a partir do tratamento no programa, que atende a mais de 100 pacientes.

Para participar do projeto, o paciente deve ser encaminhado pelo ambulatório do CPRJ após uma avaliação que detecta se ele tem o perfil do serviço, que engloba sintomas de depressão e demência. No Pater, esses pacientes passam por novas avaliações funcionais e cognitivas onde são testadas memória, existência de transtornos auditivos e visuais, problemas de marcha, motores, entre outros.

Estudo da terceira idade – O Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe Pró-Idoso), foi criado para ser um ambiente de estudo da saúde do idoso. No espaço, acontecem palestras, seminários e simpósios, sessões clínicas e cursos de Geriatria e Gerontologia para profissionais de saúde e cursos de cuidadores de idosos, todos gratuitos. Este último, voltado para profissionais de saúde e leigos, visa à assistência a idosos frágeis e dependentes e oferece suporte e qualificação às pessoas que cuidam desse público. Mais de 800 pessoas participaram do curso.

Os idosos atendidos no Cepe são encaminhados pelas unidades de atenção primária e avaliados por equipes multidisciplinares, compostas por geriatra, enfermeira, neuropsicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social e terapeuta ocupacional. Até agora, mais de 400 idosos já foram atendidos na unidade.

O Cepe dispõe de quatro salas de aula, dois auditórios, sala de vídeo conferência, 15 consultórios e uma estação de trabalho com instalações para pesquisadores externos.

Visita Domiciliar – Pacientes do Hospital Estadual Eduardo Rabelo, em Campo Grande, contam com um atendimento especial após o período de internação. A unidade – referência no atendimento ao idoso no Rio de Janeiro – começou o Projeto de Visita Domiciliar. A ideia nasceu da necessidade de acompanhamento de pacientes que passaram pela unidade e o objetivo maior é evitar reinternações desnecessárias. A visita é feita por uma equipe multidisciplinar formada por enfermeiro, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. A capacidade é de 15 visitas domiciliares por mês.

Centro de Trauma do Idoso – A ocorrência de quedas na terceira idade aumenta a incidência de fraturas que, se operadas em até 36 horas, aumenta a chance de sobrevida e a diminuição de sequelas. Neste sentido, o Centro de Trauma do Idoso foi criado em outubro de 2012, para atender pacientes vindos de emergências hospitalares. Até hoje, já foram realizados 2.115 procedimentos cirúrgicos em idosos, na unidade que funciona no Hospital Estadual São Francisco, na Tijuca.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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