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No Dia dos Pais, homens que doaram órgãos aos filhos comemoram a vida nova dos pequenos

O domingo do Dia dos Pais terá um sentido ainda mais especial este ano para três famílias do estado do Rio. Eles viram seus filhos renascerem depois de doarem aos pequenos seus órgãos no Hospital Estadual da Criança.

unnamed (1)Quando Ricardo Fernandes André, de 36 anos, descobriu a doença da pequena Catarina, de 1 ano, enfrentava uma fase difícil na vida: tinha acabado de perder o emprego de vigilante, teve sua moto roubada e estava entrando em depressão. A notícia da cirrose hepática da filha, no entanto, fez tudo parecer pequeno e ele recuperou suas forças para doar parte do seu fígado pra ela.

– Antes não me imaginava doador de órgãos, não dava importância. Mas o amor pela minha pequena me fez mudar de ideia. A maior alegria da minha vida foi saber que poderia salvar a vida dela. Isso eu nunca vou esquecer – conta ele, que hoje vê a família mais unida do que nunca.

Sem tempo a perder – Seguir uma dieta rigorosa e encarar a rotina de exercícios físicos eram as únicas opções que o administrador de Volta Redonda, Ubiratan Silveira, de 34 anos, tinha, quando descobriu que o filho Natan, na época com 1 ano de idade, precisava de um transplante de fígado. Ele era compatível com o menino, mas estava acima do peso, o que comprometia a boa funcionalidade do órgão. Não havia outra opção, a não ser entrar nos eixos. Em três meses, veio o resultado: 17kg a menos. Apto à cirurgia, o transplante foi feito em abril de 2013.

Hoje, com 3 anos, Natan é uma criança feliz e saudável. E Ubiratan está consciente de que, assim como salvou seu filho, pode também salvar a vida de outras pessoas com a doação de órgãos.

– Não fazia ideia de como era ser um doador. Hoje eu sei que valeu a pena todo o meu esforço. Graças a Deus, fui compatível com meu filho quando ele mais precisou, mas não podia doar por conta do excesso de peso. Não pensei duas vezes e tratei de emagrecer. O Natan, agora, é outra criança. E eu quero ser um futuro doador de órgãos – afirma.

Uma luta para toda a vida – Nascido na Argentina, morador de Campos dos Goytacazes, o porteiro Elio Felix Capeletti, de 55 anos, lembra com emoção a luta para conseguir doar um rim para o filho, hoje com 14 anos. Martin tinha apenas seis meses de vida quando foi diagnosticado com um distúrbio nas funções renais. Foram anos de tratamento até surgir a possibilidade de um transplante, em 2010. Com todos os exames prontos, Elio, no entanto, teve que enfrentar muitas adversidades até que o procedimento pudesse ser realizado, em junho de 2013, no HEC.

– O transplante não tirou a doença dele, mas amenizou seu sofrimento. Perdi um filho com a mesma doença e não queria reviver essa dor. Hoje podemos contar nossa história, isso é o melhor. Precisei lutar muito para poder ser o doador do meu filho. A luta agora é para mantê-lo bem. Mas estamos firmes – conta Elio.

Cadastro Estadual de Doadores – Lançada em abril, a campanha Doe+Vida incentivar a sociedade a discutir o tema doação de órgãos. No site www.doemaisvida.com.br as pessoas que querem se declarar doadoras podem se registrar no Cadastro Estadual de Doadores de Órgãos e imprimir seu cartão virtual. Ao fazer o cadastro, também é possível incluir foto e compartilhar com amigos e familiares nas redes sociais. Vale lembrar que a legislação brasileira determina que somente familiares diretos podem autorizar a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica. Não existe nenhum documento que possa ser deixado, em vida, para garantir a doação. Por isso, declarar a vontade de ser doador entre as famílias é a melhor forma de fazer com que a vontade seja conhecida e respeitada.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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