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Regiões Metropolitanas concentram 86% dos casos de Tuberculose no RJ

Seminário reúne gestores da saúde pública e movimentos sociais para discutir estratégias de combate à doença

A tuberculose, doença milenar e conhecida mundialmente, ainda é um grave problema de saúde pública, e faz parte do dia-a-dia de muitos moradores do Rio de Janeiro, onde 86% dos casos são concentrados nas regiões metropolitanas. O RJ ainda possui a maior taxa de incidência da doença no país, o que pode ser explicado, em parte, pela elevada proporção da população vivendo em  áreas urbanas (97,3% no ano de 2012, segundo o IBGE), e por ser o estado com maior densidade demográfica do país (373,9). Em 2014, foram 13.419 casos e 841 óbitos. Um pouco menos que no ano anterior, quando foram registrados 14.151 casos da doença e 820 óbitos.

Além do número absoluto de casos, outra questão preocupante é que o RJ concentra a maior parte dos casos em pacientes que apresentam resistência à medicação usada no tratamento. Entre os 14.151 casos de tuberculose no estado, 12% dos pacientes abandonaram o tratamento e, por isso, desenvolveram resistência à medicação, demorando mais a responder ao tratamento e aumentando o tempo de contaminação.

Para considerar a tuberculose uma doença sob controle, a Organização Mundial de Saúde considera que a taxa de incidência não deve ultrapassar cinco casos em cada 100 mil habitantes. No entanto, atualmente, a taxa no estado, a taxa é de 68,1 para cada 100 mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente, o Brasil ocupa a 16ª posição no ranking  dos países com maior incidência de tuberculose, entre os 22 responsáveis por 80% do total de casos no mundo inteiro.

– É importante apoiarmos os municípios a fortalecer a atenção básica para ampliar e qualificar o diagnóstico e tratamento da doença – afirma Felipe Peixoto, secretário de Estado de Saúde.

A doença – É uma doença infectocontagiosa, causada pelo bacilo de Koch e que afeta principalmente os pulmões, podendo também ocorrer em outros órgãos como ossos, rins e meninges, membrana que protege o sistema nervoso central. A transmissão é feita via respiratória e está ligada às baixas condições de vida, particularmente, à moradia em locais sem ventilação adequada e sem exposição ao sol.

Os sintomas são tosse por mais de três semanas, febre, suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento e cansaço. Deve-se buscar fazer o diagnóstico o mais rápido possível e iniciar logo o tratamento, pois após 15 dias sendo medicado o paciente para de transmitir a doença, diminuindo o número de pessoas que se infectam, bem como o número de doentes. O tratamento da tuberculose dura seis meses e possui alto índice de abandono.

– Apesar de ser uma doença curável, a tuberculose continua a ser um grande desafio para a saúde pública. Além disso, ainda temos outra questão preocupante: o abandono do tratamento. É importante que o paciente faça o tratamento até o final, mesmo que a pessoa já não perceba os sintomas – alerta Alexandre Chieppe, subsecretário de Vigilância em Saúde.

 Dia Estadual de Conscientização e Mobilização de Combate à Tuberculose – Para marcar a data, no dia 6 de agosto, a secretaria de Estado de Saúde está realizando o Seminário “Articulando os diferentes atores – O papel do Governo, Academia, Conselhos e da Sociedade Civil no Enfrentamento da Tuberculose”, uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e Organizações Não Governamentais de luta contra a tuberculose. O Seminário aborda temas como: a situação epidemiológica no estado do Rio de Janeiro, os planos de ação municipais, métodos diagnósticos para tuberculose e as estratégias de prevenção do abandono do tratamento.

O encontro, aberto a organizações comunitárias, gestores dos 32 municípios prioritários e ativistas do movimento social, acontece no Hotel Arco Rio Palace, na Avenida Mem de Sá, 177– Lapa.  As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local.

Fundador do Fórum estadual das ONGs no Combate à Tuberculose, que completa 12 anos de existência nesta quinta-feira, Carlos Basília ressaltou a necessidade de combater o preconceito quando se trata da doença.

– A tuberculose envolve muitos mitos. Ainda há quem pense, por exemplo, que o paciente em tratamento não possa manter o convívio social, o que não é verdade. A falta de informação precisa ser revertida, é preciso combater também o preconceito – afirmou Basília, que também é coordenador do Observatório de Tuberculose Brasil, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fiocruz.

Ainda nesta quinta-feira (6/8), foi lançada a campanha “Tuberculose e Aids é preciso tratar até o preconceito” nos trens da Supervia, na Central do Brasil.

Plano de Ação contra Tuberculose e Aids – Em 2013, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro pactuou com as secretarias municipais de Saúde um plano de enfrentamento da tuberculose e da Aids a fim de realizar o diagnóstico mais precocemente destas doenças, melhorar as taxas de cura (no caso da tuberculose) e garantir o tratamento mais precoce de pacientes com HIV. Entre as ações estão o prazo de 15 dias para resultado dos exames de HIV, consultas em até sete dias para pacientes com resultado positivo da doença e capacitar os profissionais e reorganizar a rede de atendimento, garantindo acesso e atendimento de qualidade para todos.

Oficina – No dia 26 de agosto, será realizada a oficina “Determinantes Sociais da Saúde e da Tuberculose: contexto e importância dos incentivos e benefícios sociais” que irá reunir 32 coordenadores dos programas municipais de combate à tuberculose prioritários no estado. O objetivo da oficina é discutir a importância do suporte social aos pacientes em tratamento com os profissionais que atuam nos Programas de Controle da Tuberculose dos municípios do estado do RJ, e também com representantes de programas e instituições que colaboram para o controle da doença no estado. A oficina será realizada no Hotel São Francisco, no Centro do Rio.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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