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Tire suas dúvidas sobre a Febre da Chikungunya

Doença apresenta semelhanças com a Dengue e merece atenção da população. Dor nas articulações é o principal sintoma

O dia D de mobilização nacional contra a Dengue e a Febre da Chikungunya aconteceu neste sábado, 07/02, e a importância do combate ao mosquito Aedes aegypiti , transmissor das duas doenças, tornou-se ainda maior com o aparecimento da febre chikungunya, que neste ano já registrou três casos confirmados no estado.

Em 2014, foram registrados cerca de 1 milhão de casos suspeitos em países das Américas. No estado do Rio de Janeiro foram 13 casos confirmados, todos contraídos em outros países. Com a mesma forma de transmissão da dengue, a Febre da Chikungunya quer dizer “aqueles que se dobram” no dialeto makonde, da Tanzânia, em referência à aparência curvada dos pacientes infectados.

Para conscientizar as pessoas sobre os riscos e formas de prevenção às duas doenças, o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Alexandre Chieppe, responde as principais dúvidas sobre a chikungunya.

– O que é a chikungunya?
A Febre da Chikungunya é uma doença causada por um vírus transmitido pelo aedes aegypty, mesmo mosquito que transmite a dengue, e agora também pelo aedes albopictus, mosquito que vem surgindo com mais força. É uma doença com sinais e sintomas muito parecidos com os da dengue: febre alta de início súbito, dores nas articulações e nos músculos.

– O que diferencia a chikungunya da dengue?
A principal característica que as diferenciam é a dor articular bastante forte. Geralmente, os pacientes de chikungunya apresentam dor em várias articulações ao mesmo tempo, o que chamamos de poliartralgia. As dores são muito mais intensas que as observadas na dengue. Além disso, a letalidade da chikungunya é menor que a da dengue.

– Como evitar a chikungunya?
Há alguns anos, essa doença era restrita a alguns países da Ásia e África. Estudos mostram que o vírus sofreu mutação e aumentou o seu potencial de infectividade, o que fez com que ele começasse a se alastrar para outras partes do mundo. Hoje, já conseguimos identificar a transmissão de Febre da Chikungunya em países fora da África e da Ásia, por exemplo, em países das Américas. Em 2014, foram 900 mil casos suspeitos notificados de chikungunya nas Américas.  A melhor forma de evitar sua transmissão ainda é o controle de focos do mosquito transmissor aliada a algumas medidas de proteção individual. Apesar de ser uma doença que não causa um grande número de mortes, é uma doença muito incapacitante.

– Quais são essas medidas de proteção individuais?
Uso de repelente, roupas compridas para cobrir pernas e braços, instalação de telas, além de evitar exposição nos momentos de maior circulação de mosquitos, principalmente início da manhã e fim de tarde. São medidas que devem ser consideradas em cenário de transmissão de Chikungunya. E em alguns grupos, a proteção individual é particularmente relevante: idosos e gestantes no terceiro trimestre de gravidez. Ao contrário da dengue, a chikungunya pode causar complicações para os recém-nascidos. Até 26% das mulheres no final da gravidez que se infectam dão à luz bebês com algum tipo de complicação importante.

– Por que a chikungunya é uma doença perigosa?
Trata-se de uma doença que tem capacidade de gerar epidemias muito grande, maior que da dengue. O ciclo do vírus dentro do mosquito é maior, quando comparado com a dengue. Isso quer dizer que o mosquito se infecta muito mais facilmente e a transmissão também se dá com mais facilidade. Estamos falando de epidemias em alguns locais em que se pode chegar a 70% da população doente num curto período de tempo. Isso não é observado com a dengue. As epidemias de chikungunya causam um grande comprometimento da saúde das pessoas – essas epidemias chegam a impactar na economia desses locais. O perigo está também no fato de a doença apresentar um elevado número de casos em sua forma crônica, além do acometimento dos recém-nascidos. Uma parcela significativa da população, que varia de 20% a 50%, evoluem para a forma crônica da doença, apresentando os sinais e sintomas, especialmente a dor articular, por semanas, meses e até anos, dificultando até a execução de atividades cotidianas.

– Quais são os principais sinais e sintomas?
A doença tem início com febre alta (mais alta que a da dengue) e de início súbito bem marcante, além de dor articular. Outros sinais e sintomas são: dor muscular, dor atrás dos olhos e dor de cabeça, também observados na dengue.

– Como diferenciar dengue de chikungunya?
Nos quadros clássicos da doença, o que vai diferenciar é a dor articular. O grande problema é que em cenários de circulação concomitante de dengue e chikungunya, nem todos os quadros serão clássicos. Alguns serão mistos, com a relevância de outros sintomas. Diversos estudos já mostram que não é possível, apenas com exames clínicos, diferenciar com segurança todos os casos de dengue e de chikungunya. Isso é um desafio grande para os sistemas de saúde pois tratar um paciente de dengue como se fosse chikungunya pode aumentar a letalidade por dengue. Por isso estamos trabalhando num protocolo misto, que trate de uma forma adequada pacientes com sinais e sintomas de chikungunya e que eventualmente podem estar com dengue.

– A Secretaria de Estado de Saúde possui algum plano de combate à chikungunya?
Nosso plano de contingência já trabalha com possibilidade de circulação de chikungunya e dengue e das complicações que podem advir do manejo clínico desses pacientes.

– Uma pessoa é diagnosticada com chikungunya. O que ela deve fazer?
O tratamento de chikungunya é semelhante ao de dengue, é um tratamento de suporte, com medicamentos sintomáticos e de observação do quadro clínico. Ainda não temos circulação de chikungunya no estado do Rio de Janeiro, mas podemos ter concomitantemente com um cenário de dengue. Sendo assim, nossa recomendação é que se evite medicamentos contra-indicados para suspeita de dengue.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br

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