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Bonitas, magras e saudáveis: Programa de Cirurgia Bariátrica opera mais mulheres

Número de pacientes do sexo feminino é 70% superior. Nesse Dia Internacional da Mulher, lembramos destas mulheres, que buscaram maior qualidade de vida, retomando trabalhos, melhorando convívio social e até a vida sexual após a cirurgia

Ao passar pela sala de espera do Programa de Cirurgia Bariátrica do Hospital Estadual Carlos Chagas nota-se o grande número de mulheres esperando por uma consulta pré ou pós-operatória. Desde o início do Programa, em 2010, 498 cirurgias foram realizadas, sendo 344 em pacientes do sexo feminino e apenas 127 em pacientes masculinos, um percentual de 70% formado somente por pacientes mulheres. Na sala de espera, as histórias são diversas: de luta contra a depressão, resgate de valores, autoestima, da feminilidade e de superação após a cirurgia.

A obesidade é um problema que afeta a saúde pública. De acordo com o Ministério da Saúde, a proporção de pessoas acima do peso no Brasil, avançou de 42,7, em 2006, para 48,5 em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos, subiu de 11, 4% para 15,8%. No estado do Rio de Janeiro, 17,2% das mulheres estão obesas, média maior que a nacional e maior do que a porcentagem de homens, que é de 15%. E os motivos são diversos: hábitos alimentares desregulados, falta de exercícios, doenças como diabetes e até mesmo emocionais.

Números impressionam – Livrar-se dos muitos quilos a mais, dá às mulheres outra qualidade e estilo de vida. Das 344 mulheres que participaram do Programa de Cirurgia Bariátrica, 62% voltaram ao mercado de trabalho, depois de muitos anos desempregadas por conta do excesso de peso. A volta da autoestima faz com que muitas comecem um novo relacionamento, ou reatem os antigos. 85% das pacientes melhoraram o desempenho sexual depois da cirurgia. Além disso, coisas simples como andar em transporte público, que parecia um suplício para algumas pacientes, hoje não é mais problema, 100% das pacientes relatam melhora nesta questão.

Para o coordenador do Programa de Cirurgia Bariátrica, Cid Pitombo, a alta procura de mulheres pelo programa se deve à estética e à preocupação que a mulher tem em cuidar da saúde.

– A mulher se incomoda mais com a obesidade do que o homem. O Homem de 120 kg, acha que está “gordinho” e a mulher neste peso, acha que está muito obesa. E procura é muito maior. Outro ponto que justifica a grande demanda, é que a mulher está mais ambientada em se tratar com médicos do que o homem. O homem geralmente demora muito para procurar um médico. E a mulher desde jovem vai ao médico, vai ao ginecologista desde cedo, enfrenta as dores do parto, ou o pós-operatório de uma cesariana -, diz.

Saúde é o mais importante – Na sala de espera, Suramaia da Silva Daher, de 31 anos aguarda mais uma consulta de rotina com o nutricionista do programa de cirurgia bariátrica. Acostumada a comer comente fast food, Suramaia chegou a pesar 120 kg e teve que mudar radicalmente seus hábitos alimentares, após a cirurgia. “Mesmo gostando muito de comer, decidi operar visando o meu bem estar, a minha saúde. Aos 30 descobri que estava com diabetes e isso me preocupou muito. Entrei para o programa e fiz a cirurgia. Hoje a minha saúde vai muito bem, já perdi 20 kg em menos de 2 meses e isso é o mais importante para mim”, destaca a dona de casa, que sempre se achou bonita e agora se gosta ainda mais.

Amigas após a cirurgia – A amizade entre a copeira Claudialucia Cunha de Oliveira, de 45 anos e a dona de casa Adriana Guimarães Fontes de 38 anos começou em um lugar inusitado: na enfermaria do Centro Cirúrgico do HECC. “Nos apoiamos, conversamos bastante sobre nossas experiências e nos falamos até hoje nas consultas de rotina”, diz Claudialucia, que ficou 15 anos fora do mercado de trabalho por conta da obesidade. “Cheguei a pesar 170 kg. Hoje peso 71 , trabalho, tenho outra vida”, conta.

Caso Perdido? – Casada e com um filho, Adriana decidiu operar depois que o marido reclamou sobre sua postura. “Ele disse que eu só sabia comer e dormir, que eu era um caso perdido”, conta. Sem autoestima, ela decidiu realizar a cirurgia depois que, com 140 kg, não conseguiu levantar da cama. Com 78 kg e com boa forma, Adriana mostrou ao marido que não era um “caso perdido”. Hoje frequenta academia, cuida do corpo e se sente muito mais bonita. “Meu marido e meu filho sentem ciúmes quando saem comigo”, conta, feliz.

Cirurgia para todas – A maioria das pacientes que fazem a cirurgia bariátrica no Programa do Estado tem somente o ensino fundamental, cerca de 70%. Tal número reflete na média salarial da família dessas  pacientes que participam do programa, R$ 930 reais. “Sinal de que estamos atingindo pessoas que realmente precisam”, destaca Dr. Cid Pitombo.

Sem fila de espera – Mulheres que desejam realizar uma cirurgia bariátrica no Programa do Estado, devem procurar um atendimento ambulatorial mais próximo de sua casa para que um médico faça uma primeira avaliação, verificando se cirurgia é necessária ou não. Se a operação for indicada, o médico solicita uma segunda avaliação para a Central de Regulação de Cirurgia Bariátrica do Estado, que encaminha o pedido de forma online ao Hospital Estadual Carlos Chagas. O paciente é contatado e tem uma consulta de avaliação marcada. E, importante, não há fila de espera.

Paciente que tiver Índice de Massa Corpórea dentro do indicado (maior que 40kg/m² ou maior que 35kg/m² quando associado a fatores de co-morbidade, como hipertensão e diabetes, entre outros), que preencham os pré-requisitos do Ministério da Saúde e não tiverem doenças graves associadas são avaliados, preparados e operados. A equipe do médico Cid Pitombo também acompanha todo o pós-operatório especializado, com orientações de nutricionista, psicólogo e avaliação periódica pelo cirurgião.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro

http://www.saude.rj.gov.br

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