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Dobra a procura de jovens pelo Programa de Cirurgia Bariátrica do Governo RJ

 Número aumentou graças à redução da idade mínima para a cirurgia: a partir dos 16 anos

A procura de jovens de 16 a 18 anos pelo Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica aumentou de 3% para 6%, em menos de um mês. A quantidade de interessados dobrou depois da recente divulgação de portaria do Ministério da Saúde, permitindo a realização da redução de estômago pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para pacientes a partir dos 16 anos – a idade mínima era de 18. A tendência é que a demanda desta faixa etária aumente, segundo o médico Cid Pitombo, coordenador do projeto da Secretaria de Estado de Saúde realizado no Hospital Estadual Carlos Chagas.

Antes mesmo da nova portaria, cerca de 10 pacientes entre 16 e 18 anos já eram acompanhados pela equipe  multidisciplinar, formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros. Mas, segundo Pitombo, a opção é por focar em atendimento preventivo para os adolescentes, ou seja, redução do peso com dietas.

– O motivo da opção prioritária pela não intervenção cirúrgica de imediato está relacionado aos eventuais danos psicológicos em pessoas tão jovens, além da questão da estrutura óssea em formação. Os adolescentes de menos de 18 anos são excluídos do nosso protocolo cirúrgico, inicialmente. Só operamos menores de 18 em situações extremas, em que adolescentes não conseguem, por exemplo, respirar direito, ou sofrem com a exclusão social que leva a  prejuízos psicológicos – explicou Pitombo.

O caso de Luiz Alberto Kron, de 19 anos, é emblemático. Ele começou a ser acompanhado pela equipe do programa estadual aos 17 anos, quando tinha 136 quilos (ele mede 1,75m), mas só aos 18 fez a cirurgia. Perdeu 70 quilos em  cerca de oito meses. Agora, aguarda uma nova intervenção, desta vez plástica, para retirada da pele excedente.

– Passaria por tudo novamente. Hoje estou mais disposto. Perdi, em peso, o equivalente a um Luiz Alberto – disse ele.
   
Rio de Janeiro é pioneiro em técnica menos invasiva – O Governo do Estado do Rio de Janeiro tem o primeiro programa com a totalidade das cirurgias bariátricas feitas exclusivamente por videolaparoscopia. A utilização da técnica apresenta diversas vantagens na comparação com as técnicas convencionais: reduz o tempo de cirurgia e anestesia; menor incidência de complicações imediatas ou no pós-operatório; retorno mais rápido às atividades cotidianas e ao trabalho e resultado estético superior aos das técnicas convencionais. Além disso, a técnica – feita através de pequenos furos, nos quais são introduzidos uma microcâmera e micropinças – apresenta menos de 1% de mortalidade em grupos operados.

Cirurgia sem fila de espera – Para se candidatar a uma cirurgia bariátrica no Programa do Estado, o paciente deve procurar um atendimento ambulatorial mais próximo de sua casa para que um médico faça uma primeira avaliação se a cirurgia é necessária ou não. Se a operação for indicada, o médico solicita uma segunda avaliação para a Central de Regulação de Cirurgia Bariátrica do Estado, que encaminha o pedido de forma online ao Hospital Estadual Carlos Chagas. O paciente é contatado e tem uma consulta de avaliação marcada. E, importante, não há fila de espera.

O paciente que tiver Índice de Massa Corpórea dentro do indicado (maior que 40kg/m² ou maior que 35kg/m² quando associado a fatores de co-morbidade, como hipertensão e diabetes, entre outros), que preencham os pré-requisitos do Ministério da Saúde e não tiverem doenças graves associadas são avaliados, preparados e operados.

Experiência do RJ em destaque no Brasil e no mundo – O médico Cid Pitombo apresentou o caso de sucesso do Programa de Cirurgia Bariátrica do Governo do Estado do Rio de Janeiro no XIV Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, que acontece até sábado (3), em Maceió. Na sua apresentação ( “Como melhorar o fluxo da cirurgia bariátrica no SUS. A experiência do Rio de Janeiro”), Pitombo expôs como em menos de dois anos o Rio de Janeiro passou a ser o estado com maior produtividade em cirurgias de redução de estômago, 100% por videolaparoscopia, e sem casos de agravamento de quadro. 

– Pela primeira vez a cirurgia bariátrica no SUS foi discutida em um congresso. O auditório estava lotado e a mesa durou mais de duas horas em discussões sobre o tema – conta Cid Pitombo.

Em junho, o Programa foi tema de apresentação no congresso da Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (ASMBS). O evento reuniu médicos de todo o mundo em San Diego, nos EUA. A apresentação “New Directions for Obesity Surgery in the Public Health Systems. The Brazilian Experience” (“Novos rumos para a cirurgia de obesidade em sistemas públicos de saúde. A experiência brasileira”) mostrou a estrutura montada no Hospital Carlos Chagas especialmente para o programa, com destaque para o único tomógrafo para obesos da América Latina e para a técnica de videolaparoscopia usada nas cirurgias, menos invasiva e arriscada.

– Nossa participação é mais uma prova de que o Brasil vem ditando regras de como lidar com saúde pública. Já provamos isso com questões relativas à saúde básica e Aids. Estamos exportando nossas políticas públicas para a saúde para o mundo inteiro – comemora Pitombo.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro 

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