Hospital Estadual Alberto Torres recebe governador de Maryland, nos Estados Unidos

Governo do Estado abriu em 2013 o primeiro Centro de Trauma do Brasil, seguindo modelo adotado no estado norte-americano que atende o presidente Barack Obama

O Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres recebeu nesta quinta-feira (05/12) a visita do governador de Maryland (EUA), Martin O’ Malley, que veio conhecer de perto como a expertise do Estado americano contribuiu para a saúde do Rio de Janeiro. Inaugurado este ano em São Gonçalo, o Centro de Trauma do Estado do Rio  – modelo de atendimento de politraumatizados inédito no país – já recebeu 360 pacientes e realizou 270 cirurgias de alta complexidade, com alta taxa de sucesso. Desde o fim de 2010, há um convênio de consultoria técnica entre o Governo do Estado com o Centro de Trauma de Baltimore,  da Universidade de Maryland. Considerada referência em todo o território norte-americano para atendimento aos politraumatizados, a unidade também é referência para atendimento ao presidente dos EUA, Barack Obama.

Em 2011, uma equipe de profissionais da Secretaria de Estado de Saúde esteve em Baltimore para receber treinamento e implementar o atendimento de alta qualidade aos pacientes politraumatizados no primeiro Centro de Trauma do Estado do Rio de Janeiro.

– Estou impressionado com a estrutura que foi montada aqui. O Brasil tem muito a aprender com o que está sendo feito no Hospital Alberto Torres. Lembrou-me muito o nosso Centro de Trauma da Universidade de Maryland, onde médicos e enfermeiros brasileiros foram fazer treinamento. Também estamos orgulhosos de ver nossas práticas e treinamentos sendo utilizadas para salvar vidas. A nossa parceria com o Governo do Rio foi muito boa e gostaríamos de continuar – conta o governador Martin O’Malley.

Rogério Casemiro, coordenador de Anestesia e Trauma da Secretaria de Estado de Saúde, destacou que em pouco tempo o Centro de Trauma do Rio de Janeiro já tem resultados internacionais.

– Se comparamos nossos resultados com índices internacionais, não deixamos a desejar em nada. Isso demonstra a eficiência do nosso serviço. A nossa taxa de mortalidade gira em torno de 7,5% por cada 100 paciente, ou seja, estamos abaixo dos 10%, aceitos pela Organização Mundial de Saúde. Infelizmente, as pessoas que falecem no Centro de Trauma é devido a severidade do caso, e não por falta de atendimento. Nosso tempo médio de atendimento é de 45 minutos, ou seja, antes do tempo da chamada hora de ouro –  explica Rogério Casemiro, coordenador de anestesia e trauma da Secretaria de Estado de Saúde.

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Hora de ouro – Os estudos mostram que se as vítimas forem socorridas em até uma hora — a chamada hora de ouro — após a ocorrência do trauma, correm menos risco de morrer ou ter sequelas graves. Por isso, o método internacional define que as ações devem ocorrer dentro de prazos definidos.

Outro diferencial no atendimento se refere à presença do anestesista antes mesmo do paciente entrar na sala cirúrgica. O trabalho de toda a equipe médica do novo Centro de Trauma terá as ações integradas por um sistema novo: o conceito de time. Cada profissional, dentro de sua atribuição, atuará de forma simultânea com os demais médicos, em casos como acidentes de trânsito, atropelamentos, quedas e demais lesões ocasionadas por traumas.

Números – Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde em 2012, a mortalidade por trauma corresponde a 10% de todas as causas de morte no mundo. Todo ano 5,8 milhões de pessoas morrem vítimas de trauma, 32% a mais que a soma das mortes por malária, Aids e tuberculose, por exemplo. A maior parte tem de 5 a 44 anos. Os traumas respondem ainda pela maioria das incapacitações permanentes. Segundo Casemiro, atualmente chegam, em média, dez casos deste tipo aos hospitais da rede estadual de saúde a cada dia. A nova unidade, que vai atender somente casos de alta complexidade, aumentará a capacidade de resposta para este tipo de atendimento no estado.

Novo Centro de Trauma – A unidade, inaugurada em 14 de junho, é uma das mais avançadas e modernas na área de traumatologia do país e o primeiro núcleo de referência no atendimento a pacientes politraumatizados no estado. Resultado de um projeto que começou a ser desenvolvido em 2010, com a consultoria técnica do Centro de Trauma de Baltimore, nos EUA, o Governo do Estado investiu R$ 6,2 milhões em infraestrutura e equipamentos na nova unidade.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br