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Tomografia de múmia ajuda polícia dos EUA a solucionar crimes

Protocolos criados para determinar causa da morte de menina egípcia mumificada estão sendo adotados na ciência forense

Múmia de 2.700 anos levou à criação de técnicas que estão sendo aplicadas por médicos legistas

Uma fascinação de infância com arqueologia e um encontro fortuito com uma múmia egípcia de 2.700 anos ajudaram policiais e médicos do estado de Vermont (EUA) a descobrir a verdade por trás da morte de crianças em condições suspeitas.

Depois de ver a múmia no Museu Robert Hull Flemington, da Universidade de Vermont, o radiologista Jason Johnson decidiu submetê-la ao tomógrafo de última geração de seu hospital. Ele queria saber da vida do que acreditava ser uma menina egípcia de 14 anos, e o que causara sua morte.

O que Johnson não esperava era que algumas das técnicas científicas usadas para revelar os segredos da múmia acabariam tendo outras aplicações, incluindo ajudar a polícia e médicos legistas a determinar se crianças foram vítimas de crime.

As tomografias do hospital ajudaram médicos a criar um modelo 3D do crânio da múmia – graças ao tipo de detalhe que se pode obter com o uso do tomógrafo em níveis de intensidade que não seriam seguros no caso de pacientes vivos. Isso também ajuda na ciência forense, ao revelar padrões de ferimento em crianças mortas que outras técnicas de detecção poderiam deixar passar.

“Senti-me bem por ter criado o protocolo para trabalhar com a múmia”, disse Johnson, de 31 anos. “Nunca fiquei acordado de noite pesando, ‘Como posso salvar crianças vítimas de abuso?’”

Desde que a múmia foi tomografada, em novembro, médicos trabalhando para as autoridades começaram a usar as mesmas técnicas para averiguar mortes de crianças.

“Foi de uma ajuda tremenda”, disse o promotor público Tom Kelly, que usou a informação obtida por tomografia para determinar a idade das fraturas nos ossos de uma vítima.

Johnson disse que sua técnica pode ajudar a determinar se a morte de uma criança foi natural.

“Já que a pessoa não está mais viva, não é preciso pensar na dose de radiação”, disse o médico Christopher Filippi, que ajudou a escanear a múmia e a desenvolver as novas técnicas.

Ele espera apresentar um artigo científico sobre a técnica numa reunião da Sociedade de Radiologia da América do Norte. “Normalmente, na tomografia clínica, é necessário preocupar-se com o paciente. Se a pessoa está morta ou é uma múmia, podem-se obter detalhes refinados”.

FONTE: IG Último Segundo – Ciência

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